domingo, janeiro 17, 2010

PIXEIS - O tamanho importa !

.
Desafio os leitores deste Blog a participar neste PASSATEMPO

 Adivinhar o mais cedo possível o conteúdo de imagens de ANGOLA
publicadas ao longo do post, com sucessivos aumentos de pixeis. 

Este primeiro desafio é fácil ... retrata o quê ?






P A R A B É N S
Repórter de Improviso
(Acertou à 2ª imagem)






quinta-feira, janeiro 14, 2010

Razões de um expatriado europeu ...

.
Conheço bem um português que decidiu ir trabalhar como expatriado em Angola.

Pergunto-me …

… como é que um europeu qualificado de meia idade (mesmo considerando que tem a mania que é jovem e radical), decide ir trabalhar por conta de outrem para África ?

… como é que abandona uma carreira de 20 anos em postos de chefia - coordenação de equipas qualificadas e gestão de projectos relevantes - bem como a gestão de um negócio familiar e quer arriscar numa nova carreira sem quaisquer garantias num país complicado ?



Uma resposta óbvia, é dizer que lhe ofereceram um upgrade a nível de carreira, com um progresso ainda mais significativo do seu pacote salarial. No entanto, sei que ele não exige isso a si próprio e apenas pretende apenas não perder o nível daquilo que conseguiu no seu país.




Outra resposta provável, é assumir que ele quer fugir a desgostos pessoais, a pressões familiares, aos auditores da qualidade iso9000 ou à máfia napolitana. Confrontei-o com essas hipóteses, mas negou-a veementemente.

Acreditando na sua palavra, ele não está a fugir de nada nem ninguém e muito menos à procura do eldorado. Mesmo não gostando do clima, abominando os insectos, detestando chuveiros sem pressão, exasperando pela banda pouco larga, não podendo ir às 2h da manhã comer Bolas de Berlim ou Pastéis de Nata quentinhos acabados de produzir nas padarias, adorando guiar a mais de duzentos numa auto-estrada, … , e sabendo como é o dia-a-dia caótico e incerto de Luanda, ele assegura-me que vai por razões muito simples … … …




Noutro dia abordarei essas razões e por hoje apenas esclareço que esse alguém … sou eu mesmo.
Até breve !
.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

A CUCA de outros tempos

      
Copos feitos com a técnica do óleo quente ... isto sim, era recliclagem




sexta-feira, janeiro 08, 2010

Ganha-se muito, trabalha-se pouco ... é só praias e lagostas.

.
Desenganem-se aqueles que pensam desta forma sobre Angola.

PRIMEIRO,  não se ganha assim tanto comparado com os salários nos países de origem, principalmente se forem europeus qualificados. O tempo das vacas gordas, com ordenados brutais, pagos em dólares e depositados fora de Angola, já era. Outra prática em vias de extinção, são as férias/viagens pagas 3-4 vezes/meses por ano (genéricamente reduziram-se para metade). Por outro lado o custo de vida e as dificuldades de habitabilidade (casa, trânsito, burocracias, compras correntes, serviços básicos ...) estão piores ou na mesma. Resumindo ,  ganha-se menos do que se pensa , gasta-se bem mais do que  imaginamos e há menos férias pagas que noutros tempos.

SEGUNDO, trabalha-se mais que nos países desenvolvidos e produtivos. A generalidade dos expatriados tem uma elevada carga horária de produção (pouco produtiva quando dependentes de outrém ) entre 10h-12h, sobrecarregada com mais 2-4 horas perdidas nas deslocações. Por razões de trânsito entra-se muito cedo (5h-7h da manhã) e por razões profissionais (inclusivé, pelos constantes atrasos no cumprimento de horários de reuniões e trabalhos de equipa) sai-se tarde,. Resumindo, o tempo livre para gozo pessoal efectivo, é quase inexistente durante os dias úteis de trabalho. Felizmente que o fim-de-semana é sagrado para os africanos , pelo que os expatriados podem "esquecer" forcings de trabalhos extraordinários no escritório/estaleiro, durante esse dois dias.

TERCEIRO, além das praias, dos passeios, dos restaurantes e discotecas para repôr energias e/ou desanuviar, a oferta de lazer é escassa, e limitada.  Os melhores sites , ou são longe ou estão lotados ou são estúpidamente caros. Mesmo nos fins-de-semana perde-se muito deste tempo pessoal e precioso nas deslocações (longas e/ou com trânsito), nas compras (de bens essenciais como no supermercado), nas falhas de serviços básicos (água, electricidade, ...) ... e até para actos tão simples como arranjar gasolina (para carros e geradores) nos poucos postos, por vezes sem o tipo de combustivel que precisamos e sempre com filas (esperas inferiores a uma hora, são raras).

Este post tem o propósito de avisar (quem conhece pouco e vai atrás de promessas) e mentalizar (quem já ouviu falar mas não acredita).  Se pretende trabalhar uns tempos em Angola, por conta de outrém,  e pensa que é muito compensador, pouco complicado, uma balda no dia-a-dia, uma aventura curtida, uma África dos postais e das reservas naturais ... vai dar-se mal.